Escrevi os dois parágrafos abaixo há mais de um mês e tudo continua sendo verdadeiro, só que multiplicado por mais de 100 dias dentro de casa e somado à indignação com as coisas que fogem do meu controle, mas afetam minha vida direta e indiretamente.

Ontem estava tão exausta que peguei no sono no sofá com o computador no colo. Estou exausta de tantas coisas novas para me adaptar no trabalho e, mesmo com horário e salário reduzidos, parece que tudo está triplicado. Os intervalos entre as aulas são apenas um vácuo de ansiedade com minha mente tentando prever algo errado que possa acontecer. Não tenho mais aqueles momentos com os professores de partilhar as angústias e tentar rir das situações. Está cada um em sua casa, sozinhos, e falta aquela intimidade para mandar uma mensagem para perguntar como estão as coisas. Só os mais chegados fazem isso e olhe lá. E esta solidão tem sido difícil porque era nesses momentos que o alívio emocional acontecia.

Na vida pessoal tudo se resume a meu noivo e meus cachorros em casa. Virtualmente, mando ou recebo poucas mensagens, não tive festas virtuais, chamadas em grupo, ou lives com amigos. Também, parando pra pensar, não era como se estivesse com uma super vida social agitada antes da quarentena. Nunca tive isso. Nos eventos sociais, só fico pensando na hora de ir embora e, quando chego em casa, penso em como poderia ter aproveitado melhor.

1 Comentários

  1. Ai, eu ando na mesma toada! :) Vejo todo mundo falando de video-chamada e eu fico "whaaaaaaaaaat?". Não sei se é o meu cansaço, se é porque eu me desconectei das pessoas ou se é porque eu não tenho esse perfil mesmo.
    Eu espero que a gente consiga sobreviver a essa quarentena.

    Um beijo,
    Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
    Algumas Observações
    Projeto Escrita Criativa

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