Ela era ruivinha, branquinha, dos olhos bem pretos. Chamava a atenção de qualquer pessoa que por ela passasse. No shopping, dentro do carrinho, passeando com os pais, parava a cada dois passos para sorrir alegremente para as pessoas. Não havia quem não desse uma olhadinha. A mãe, claro, morria de medo que ela se jogasse nos braços das pessoas e alguma Nazaré roubasse sua primogênita.

Era a bonequinha da mãe. Tinha fraldas enxutas combinando com o laço do cabelo, rosinha, amarelinho, azulzinho e branquinho. Tudo inho, bem clarinho. A cabeleira vermelha e lisa sempre destacava a menina no meio dos outros bebês. Usava saias jeans, all star vermelho, blusinhas baby look.

Raramente perturbava o sono dos pais. Acordava quietinha no berço e, se ninguém tivesse lá para pegá-la, ficava brincando com as mãozinhas, deitada de barriga para cima. Não precisava gritar para chamar atenção, isso acontecia naturalmente e parecia saber disso. A mãe sempre dizia que, se todos os bebês fossem igual a ela, teria uns vinte filhos.

O ser humano é algo incrível. Não importa se você acredita no Evolucionismo de Darwin, ou na criação de Eva e Adão por Deus. Ao ver o bebezinho inocente na foto, penteando o cabelo da boneca com uma banheirinha de brinquedo, não há quem não esboce um sorrisinho, ou, mesmo na solidão do seu quarto, pensa num "ôôôô que coisa mais fofa".

E é por isso que não acredito quando me dizem "não suporto crianças". Mentira. Todo mundo adora.

06/30

3 Comentários

  1. Verdade, Uaba! Tenho uma amiga que diz detestar crianças, mas tem a foto de uma priminha grudada na geladeira e vive dizendo que quer ter uma garotinha pra chamar de Bruna e mimar até cansar. Adorei o post - sempre adoro seus posts - vou correndo ler os que perdi.
    * Também acho que livro deve ser meu e só MEU. Sou meio estranha com as coisas que amo, quero ter tudo pra mim, hahaha! Anota aqueles livros na lista mesmo, são incríveis!!
    Beijão!

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  2. E é por isso que eu não entendo esses casos absurdos que passam no jornal... Você sabe do que eu falo, certo? Não gosto nem de lembrar/citar!

    Um dia eu te conto o que a minha professora de Matemática me contou. Fiquei chocado, chocado.

    E achei DEMAIS a parte da Nazaré. HAHAHA, muito bom mesmo! Adorava!

    Beijos.

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