"Se alguém pudesse nos olhar do alto, veria que o mundo está repleto de pessoas que andam apressadas, suadas e exaustas e também veria suas almas, atrasadas e perdidas no caminho..." - A Alma Perdida, Olga Tokarczuk 

Este livro me fez chorar por vários minutos e refletir por vários dias. Obriguei meu consagrado a lê-lo, até. Onde estaria minha alma e quanto tempo eu levaria até encontra-la? Posso dizer que, assim como o protagonista, também sinto que me desencontrei da minha alma e gostaria de, assim como ele, poder parar e pacientemente esperar seu retorno. Nos pequenos surtos do dia-a-dia frequentemente me pergunto até quando meu corpo vai seguir em frente, correndo da alma, sem descanso.

Sou capaz de lembrar de alguns momentos da minha vida em que o corpo sinalizou a falta da alma. Quando perdi um dente depois de passar um ano inteiro sofrendo assédio no trabalho. Quando tive uma conjuntivite do nada antes de retomar as aulas presenciais em plena pandemia e sem estar imunizada. Quando passei quatro anos com anemia profunda, que não passava mesmo tomando ferro na veia, por conta de escolhas erradas na graduação. Quando passei anos monitorando uma arritmia cardíaca que surgiu do nada e foi embora do nada - eu tinha apenas 12 anos. Será que esta foi a primeira vez que meu corpo sentiu falta da alma?

Minha alma talvez demore um pouco a retornar, mas sigo tentando pelo menos lembrar onde a deixei.

1 Comentários

  1. Texto bem interessante.

    Boa semana!

    O blog está em Hiatus de Inverno de 02 de agosto à 02 de setembro, mas comentaremos nos blogs amigos nesse período. Mesmo em Hiatus o blog tem um post novo, não deixe de conferir e comentar.

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

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