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Tive um daqueles finais de semana em que você é impedido de descansar por um monte de motivos e a sensação é de conspiração do universo. Eu trabalho aos sábados e isso quer dizer que meu final de semana só começa realmente às 12h. Eis que, às 13h, a energia acabou e eu fiquei sem poder assistir a um filme, ver uns memes, ouvir umas músicas, muito menos jogar The Sims, ou seja, eu só podia mesmo ler um livro até dormir e foi isso o que eu fiz. A energia só voltou depois das 18h e eu já estava à luz de velas na sala tomando um café coado e comendo um pão esquentado na frigideira.

Consegui ter alguns momentos de paz no fim da noite, mas longe do necessário para conseguir descansar da maratona de aulas que é a minha semana. A energia voltou a oscilar durante toda a manhã do domingo, mas de dia é mais fácil ter algo para fazer. Porém, já chegou a hora de trabalhar novamente, pois sou professora e as aulas da segunda-feira precisam ser preparadas logo no domingo.

No início da pandemia, a minha impressão era de que o tempo passava mais devagar. Todo dia tinha alguma novidade sobre a doença, uma nova manobra ridícula do governo, algo para acompanhar na mídia. Além disso, achávamos que o isolamento social duraria pouco tempo, logo, procuramos coisas para fazer, um hobby novo (eu voltei a desenhar por pouco tempo), arrumamos a casa, mudamos os móveis de lugar procurando conforto.

Depois do "fim do isolamento" (eu estou isolada até hoje, só saio pro mercado e coisas essenciais), quando as pessoas começaram a esculhambar as regras e criar os protocolos mais ridículos e fingir que os cumpriam, o tempo pareceu correr mais rapidamente. Piscamos em agosto e abrimos os olhos em dezembro, nos preparando para o novo ano com esperança de vacina.

Entretanto, quando a nova rotina do novo ano se consolidou, lá em março mais ou menos, o tempo tem passado igualmente. Nem rápido, nem devagar. Os dias parecem iguais. Meus finais de semana parecem dias de semana porque eu faço basicamente as mesmas coisas todos os dias. Os números diários de casos, mortes e vacinados são ditos no jornal como se fosse a previsão do tempo.

Ao mesmo tempo, parece que algumas pessoas estão vivendo a vida normalmente. Tem gente indo a praia, viajando, se reunindo com a família como se não houvesse pandemia. E ver isso ao seu redor aumenta a sensação de que você realmente parou no tempo enquanto os "sem medo" aproveitam - e o vírus parece que nem chega perto desse povo.

Por aqui, vou continuar vivendo o mesmo dia repetidamente, como naquele filme. Não tenho a menor vontade de ser como os aglomeradores, não vou colocar minha família em risco, nem as outras pessoas. Meu cabelo vai continuar crescendo até o pé. Eu vou dormir e acordar dentro do mesmo dia até chegar a minha hora de ser vacinada e eu poder sair de máscara, mas com menos medo.

1 Comentários

  1. É, vivemos dias difíceis. Eu não sei quando serei vacinado.

    Boa semana!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

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