Eu moro numa casa no "mato" e tenho um pequeno jardim com algumas árvores, uma palmeira imperial, um pinheiro, pés de graviola e de acerola, goiabeira, mangueira, amoreira e mais algumas que posso ter esquecido. É longe do centro da cidade e, quando digo às pessoas que moro aqui, elas sempre dizem que "gostariam de ter coragem". E eu até me considero um pouco corajosa por ter feito esta escolha.

A verdade é que o barulho da cidade me incomodava muito, mas muito mesmo. Sempre tinha alguém fazendo obra, sempre! No prédio dos meus pais, foram mais de seis meses seguidos de obras no salão de festas (aliás, que coisa mais desagradável é salão de festas, as pessoas deveriam fazer suas festas nas casas de festas com isolamento acústico e não no lugar onde outras descansam e trabalham ao mesmo tempo), trocaram todo o piso do salão. Depois, o vizinho de cima resolveu trocar todo o piso da própria casa e as obras começavam precisamente às 8 horas da manhã.

Fora os barulhos de obras eternas, muitos carros passando, buzinando demais. Além disso, tinha um bar na esquina do prédio onde todo sábado tinha festa e o povo passava bêbado e gritando a noite toda. Enfim, nunca tive momentos de paz naquele lugar e eu sou uma pessoa com uma audição sensível - dizem que eu tenho ouvido de cachorro, mas nem tanto.

O meu ponto neste texto era para enaltecer a vida no campo, mas acabou virando uma grande reclamação sobre os barulhos da cidade - realmente minha cabeça está bastante caótica esses últimos dias. Então, faço uma pausa para mostrar uma foto do meu novo cantinho de plantas na minha sala.


Eu fiz este cantinho por dois motivos. Primeiro, porque minhas plantas estavam acumulando no chão da casa e sofrendo um pouco com a poeira que vem da rua. Segundo, porque esse local fica bem de frente para minha mesa de trabalho, onde passo a maior parte do dia dando aulas (aproveitando para divulgar meu blog profissional em inglês), e estou achando ótimo olhar para este cantinho verdinho com carrinhos fofinhos. Eu acho que não é só porque a pessoa mora no mato e tem jardim, que não pode ter mais plantas dentro de casa.

Meu consagrado acha que temos plantas demais, mas eu vou continuar comprando e aprendendo a cuidar delas. Também não adianta ter várias plantinhas diferentes e não saber do que cada uma precisa. Essas da estante sobrevivem bem dentro de casa, pois não precisam de tanta luz direta nas folhas. Eu tenho outras também na mesinha do terraço que já precisam de um pouco mais de claridade e pegam o sol da manhã. E tenho mais algumas em jarros no canto do terraço que pegam sol quase o dia todo.

As plantas me fazem lembrar que as coisas só vão acontecer quando tiverem de acontecer. As flores só vão abrir quando tiverem as condições corretas para abrir. Um belo dia, elas estão lá, enfeitando a casa toda. Uma folha vai murchar quando tiver de murchar e é assim mesmo. O ciclo da vida chega para todos.

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