O caos na noite de Natal fez com que as crianças só pudessem abrir os presentes no dia seguinte. Era assim mesmo na família Uauba, poderia ocorrer um nascimento a qualquer momento, e a criançada deveria sempre estar pronta para as decepções da vida, principalmente para os bens materiais.


Outra decepção para os filhos era não ter bem uma festa de aniversário como todas as crianças normais. Era sempre o mesmo bolo de chocolate congelado e só. Poliana nem queria aumentar demais as expectativas dos novos filhos em relação a essas coisas. Assim, ao receber o resultado da nota 10 no boletim, Pedro mesmo colocou as velas no próprio bolo, soprou, e ligou o telefone para partir. Resolveu viver uma vida de agente secreto, para aproveitar o traço ativo que ganhou ao virar um jovem adulto.


Com a partida de Pedro, Poliana já podia ligar para o próximo pai. Com muitos pretendentes brotando na sua porta, ela foi por um outro caminho. Resolveu chamar para sua casa o médico Afu, que conheceu na noite de Natal e fez o parto de Condor e Eliana. O começo foi lento, pois as crianças estavam acordadas em casa e precisavam de atenção.


Porém, quando todos estavam entretidos desenvolvendo suas habilidades, Poliana sentou-se na cama das crianças e conseguiu conversar direito e seduzir o médico para persuadi-lo a ser o pai de seu próximo filho. Desta vez, Poliana estava tranquila, não desmaiou, logo, as chances de sucesso eram altas.


Assim, ela colocou as crianças para dormir - quase por um milagre, estavam todos dormindo ao mesmo tempo - e foi para seu quarto com Afu. Seria a décima quarta criança que sairia do ventre de Poliana num futuro próximo - só havia espaço na casa para mais uma.


Depois que o médico Afu foi embora, deixando Poliana grávida e sozinha com as crianças, mais um pretendente brotou na sua casa. O belo rapaz se chamava J. Huntington III, um nome de herdeiro chique e Poliana logo o convidou para entrar. Cozinhou umas panquecas e puxou papo com o rapaz, pois as crianças ainda estavam dormindo.


Tudo o que é bom dura pouco e logo absolutamente todas as crianças acordaram ao mesmo tempo e J. Huntington III deve ter se assustado e foi embora correndo. Poliana nem se abalou - os homens normalmente se assustam com mulheres decididas e ela estava empenhada em seu desafio - e foi cuidar para que Gregório e Fabiano, os filhos de André Palma, finalmente pudessem virar crianças. Ela usou os cartões didáticos com Gregório enquanto Fabiano desenvolvia seu pensamento com os blocos.


Poliana logo pegou o mesmo bolo de Pedro, colocou as velas e levou os dois para sopra-las - não deu nem tempo de limpar o balcão da cozinha. Gregório foi mais uma criança extrovertida na família, por algum motivo várias já tinham saído com este traço, mesmo Poliana não sendo muito extrovertida. E Fabiano tornou-se uma criança solitária, de suéter marrom, legging rosa e meia listrada ele realmente parecia alguém que guardava um segredo.


Também chegou o dia dos bebês que nasceram no Natal, Condor e Eliana tornarem-se bebês mais crescidinhos para enlouquecer Poliana. Ela tinha um verdadeiro talento para gerar bebês estilosos. Esses dois anjinhos precisavam se desenvolver rapidamente, pois Poliana já esperava a próxima criança, e ter vários bebês assim e mais quatro crianças em casa ao mesmo tempo seria um verdadeiro desafio para nossa matriarca. Quantas vezes ela vai desmaiar? Será que Celso e Catiana demorariam muito a virar adolescentes? Poliana realmente precisava da ajuda de adolescentes neste momento...

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