Enquanto muitos se dizem "escravos" das redes sociais, eu só faço deletar as minhas. Não deletar por completo, mas simplesmente deixar de usa-las. Os motivos para não deletar são puramente práticos: alguns cadastros que não quero perder, e contatos que posso precisar (um dia?). Dia desses deletei novamente o aplicativo do instagram do celular e ontem deletei o do twitter. Desta forma, só paro para checar as duas redes com o computador, o que tem diminuído o uso. No facebook não sei nem mais o que acontece por lá.

Conversando com uma amiga, percebemos que é melhor diminuir mesmo. A pergunta é "pra quê eu preciso desta informação?". Por que eu preciso saber que uma criatura que foi minha colega de escola esta grávida do terceiro filho, se eu não a vejo desde 2005 e, mesmo se encontra-la na rua, não vou falar com ela? O que eu farei com a relevante informação de que Neymar está paquerando mais uma modelo? Quem se importa com a opinião de um zé qualquer desconhecido sobre a possível guerra?

Ao mesmo tempo, parece que sem redes sociais é como se você deixasse de existir para algumas pessoas. Por ter parado de usar o instagram por vários meses, por exemplo, muita gente nem se importa mais em falar comigo por outros meios e eu nem me importo em falar com essas pessoas. É aí quando você começa a ver as amizades reais e aquelas que eram apenas fruto de uma convivência diária que já não existe mais.

Meu medidor de amizades, no fim das contas, é o whatsapp. Se a pessoa realmente quiser falar comigo ou vice versa, alguém vai dar um jeito de entrar em contato. E o meio mais simples e direto é o danado do zap. Eu nem me importo se a criatura passou tempos sem falar comigo e vem apenas pedir um favor. Só o fato dela ter pensado em mim já é motivo para eu considerar se a ajudarei (normalmente eu ajudo). Logo, se a pessoa é mais que minha amiga, é friend mesmo, ela vai ter meu zap e vai dar um jeito de falar comigo (ou eu com ela).

Por fim, o que a gente faz com o tempo que sobra depois que diminuímos o uso das redes, deve ser apenas problema nosso. Desde cozinhar um bolo até ficar deitado no sofá meia hora olhando pro teto, se for tudo o que precisamos, isso basta. Aquela sensação de que "agora que tenho tempo, vou fazer algo útil, majestoso e extraordinário", só pode ser fruto da culpa que sentimos ao "desperdiçarmos" tanto tempo com redes sociais. É preciso, também, nos livrar desta culpa.

3 Comentários

  1. Há vários vídeos no youtube (e algumas pesquisas científicas) que falam mto sobre esse fator prejudicial das redes sociais na vida das pessoas. A Thaís Godino (do Vida Organizada) está estudando isso no mestrado dela (inclusive, tem várias dicas de uso moderado das redes). Acho que encontrar o equilíbrio é sempre o caminho.

    Um beijo,
    Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
    Algumas Observações
    Projeto Escrita Criativa

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    1. É mesmo, Fê, é preciso ter equilíbrio em tudo. Nem sempre é possível, principalmente se a pessoa não está com a mente bem equilibrada, mas isso já é outro assunto...
      Beijo

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