Todo publicitário quer ver as pessoas mais interessantes e inusitadas em suas propagandas. Roberto, mais especificamente, queria uma garotinha e um garotinho para estrelar o comercial que faria para um grande shopping da cidade. Foi à diversas escolas e nada. Um dia, chegou numa escolinha nova, de apenas dois anos de abertura. Lá, encontrou Eduarda e Felipe. A menina era ruivinha, branquinha, cheia de sardas, além de muito graciosa e desinibida. Felipe, um moreninho, cabelo encaracolado e muito risonho. Estava formado o casal.

No dia da gravação, Eduarda chegou no shopping às 10 da manhã com os avós e ficou sentada numa saleta por quase três horas seguidas, até que a chamaram para provar as roupas. A menina, muito paciente e determinada, esperou sem reclamar. Já Felipe, ficou um pouco impaciente, afinal, tinha apenas 5 anos, não estava acostumado a tanta espera.

Cada criança foi para uma loja diferente provar as roupas para o comercial. Eduarda se realizou. Provou vários vestidos, muitas sandálias, deixou que prendessem seu cabelo de mil maneiras diferentes. Sempre muito simpática com todos. Felipe, depois de provar o terceiro conjunto, chorou, os pais não aguentaram ver o menino sofrendo daquele jeito, e levaram-no embora.

Roberto se desesperou. Saiu no meio da multidão que se aglomerava para ver aquelas câmeras enormes montadas nos trilhos a procurar seu novo garoto-propaganda. Não demorou muito e encontrou Mateus, um loirinho do cabelo liso, com cara de chato. Quando Eduarda provava seu décimo vestido, Roberto chegou e levou a menina para perto da praça com a estátua onde seria a gravação.

As crianças tinham que fazer algo bem simples, ele iria fingir que olhava dentro do vestido dela e ela olharia envergonhada para a câmera. Eduarda fez seu papel muito bem, porém, tiveram que repetir a cena várias vezes, pois o menino não conseguia fazer exatamente como o diretor queria. Tudo isso no meio do shopping lotado, com a multidão fazendo uma roda em volta das crianças. Os avós e pais desesperados, com medo do que isso iria causar nos inocentes.

Resultado, mais de 10 horas seguidas dentro do shopping, para gravar exatos três segundos de propaganda, que foram ao ar no meio da tarde. Eduarda foi chamada para fazer outras propagandas, mas os pais não quiseram mais que a filha passasse por tudo aquilo novamente. Mateus não foi chamado para mais nada. Talvez a menina tivesse sido uma boa atriz, quem sabe.

08/30

5 Comentários

  1. Adoro pessoas ruivinhas e cheias de sardas. Acho que, secretamente, sempre quis ter esse perfil!

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  2. Oiee

    Adorei a história, mas coitado dos meninos.. hehe^^

    Bye Ana =D

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Hunf, publicitários... Você tinha que fazer um texto com jornalistas!

    Esse texto me lembrou uma capa antiiiga da Veja, na qual o menininho olhava para dentro da sunguinha dele e a menininha para a calcinha. Sabe qual é? Acho que falava de sexualidade.

    Beijos.

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  5. ashusauus gostei muito da historia.

    sou estudante de publicidade...em 2008 estava trabalhando em uma campanha para um festival,a grande dificuldade era encontrar um garoto propaganda que se encaixa se no perfil, encontrei, ocorreu tudo certo, ate o ultimo dia de gravação, o garato propagando chegou para gravação totalmente bebado!!! aHUSHUusuhaUSuhauhSasuh hj é engraçado, no dia queria arrancar a cabeça dele fora.

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